Enquanto isso, de outro lado, há uma realidade social totalmente deturpada em sua sexualidade. Vemos a desvalorização da virgindade, os relacionamentos são rápidos e efêmeros, a supervalorização da sensualidade que tipifica e coisifica as pessoas, várias questão sobre a masturbação, o avanço de diferentes opções sexuais, a busca a qualquer modo de satisfazer desejos individuais incentivada por uma cultura do desejo, a dissossialização das famílias, a opção para se ter poucos ou nenhum filho, abusos sexuais de diferentes formas, a facilidade ao acesso a pornografia...
Pensar que tudo isso não existe no meio evangélico é uma grande ilusão, do contrário, vemos grandes desafios relacionados ao sexo chegarem a ela e por isso, nosso olhar para essas questões não pode se generalizar na simples imposição do que é certo ou errado. A pergunta que fazemos aqui é: Qual o é o verdadeiro significado do sexo? Por que esse significado está tão corrompido no mundo e dentro da igreja? Como entender nossa sexualidade?
A sensualidade
Vivemos em meio a uma cultura do desejo que valoriza a imagem. É muito fácil, então, tratar a sexualidade numa perspectiva sensual. Uma vez corrompido pelo pecado, o homem tem a tendência de supervalorizar o visível e ignorar o invisível concentrando todos os atributos da sexualidade naquilo que se vê, estimulando um excessivo valor da mente.
Quando estamos atrelados simplesmente àquilo que é físico, que pode ser sentido, tocado, cheirado... por aquilo que gera emoção a partir dos sentidos, a atração não é espiritual pois não há consciência de semelhança com o Criador, não há revelação da identidade de Deus em cada pessoa. È uma relação puramente fisiológica e interesseira, nada diferente do que acontece entre os animais.
O homem espiritual não tem uma vida condicionada aos sentidos, tampouco estabelece relações baseado no que pode receber, no lucro que pode ter ou no prazer que pode conseguir. Na verdade, esse tem um sentido a mais que o faz capaz de perceber a intensidade com que as coisas são. Um sentido que o faz sensível, ao outro em uma relação em que se deseja compartilhar a vida juntos, sem auxilio, expressão de carinho, de compreensão, de zelo, de perdão... Esse sabe o que é ter uma identidade sexual masculina ou feminina que vai além da aparência e desempenha seu papel como homens ou mulheres não por imposição mas por convicção de identidade. Há uma ligação plena entre imagem e semelhança.
A Palavra de Deus pergunta “porque as pessoas ainda tentam dominar as outras com o não toque, não prove, não faça...” Esses mecanismos, diz a Bíblia, não tem valor nem nenhum poder contra a sensualidade, pelo contrário, a repressão só tende a estimulá-la.
Portanto estimulemos e concentremo-nos em falar como relacionar intimamente com uma pessoa na plena consciência da identidade de Deus e do propósito dessa identidade. Relacionar é a disposição de compartilhar com o outro, de se doar, de repartir e não de satisfazer desejos individuais, de forma que no fim se tenha uma expressão conjunta de quem Deus é.
O desafio para a igreja é receber todos aqueles que, de alguma forma estão sendo corrompidos pela sensualidade, de forma abusiva ou não, sem reproduzir na igreja os mesmos mecanismos sensuais da sociedade.
A Igreja precisa ser o lugar do afeto saudável, do afeto desprovido de maldade. Ela precisa ter seu entendido renovado, estudar, pesquisar sobre assuntos que tem estampado a mídia para que dê as respostas adequadas as dúvidas que se levantam.
A Igreja precisa ser o lugar onde cada ser humano, em um ambiente de amor, possa descobrir sua verdadeira identidade em Jesus, ter seus sentimentos restaurados, ser curado de seus traumas, ter seus pecados perdoados, conhecer a alegria de Ser filho de Deus. Assim, teremos homens e mulheres seguros de sua identidade, desempenhando, cada um deles, o propósito pelo qual foram criados.
Pr. Paulo Junior.
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